segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Blog do Eduardo Bomfim: Democracia um valor histórico

Blog do Eduardo Bomfim: Democracia um valor histórico: Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente : Quando se enaltece, com inteira razão,...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Maria Teresa e Suas Histórias




Vocês que acompanham meu blog, já ouviram falar das histórias da professora Maria Teresa.Uma das mais hilariantes que ela me confidenciou aconteceu,no laboratório de informática em que ela trabalha.No começo do ano,ao receber as crianças do 1º ano,ela estava conversando,perguntando os nomes deles,um menino,com uma carinha de malandro,disse seu nome,e Maria Teresa,não entendeu,ele repetiu,e ela não entendia.Até que ele falou mais firme e então foi compreendido.Seu nome era Denver.Maria Teresa falou com seus botões,só que alto e ele ouviu: Ah,Denver,este é um nome de uma cidade ou estado dos EUA.O menino de pronto,reagiu:meu nome é Denver e eu sou de xxxx,nome do bairro.Na sequência,cada aluno e aluna que se apresentava dizia:meu nome é tal e eu sou de xxxxx,nome do bairro onde moram e também fica situada a escola.Maria Teresa,bem como a professora da turma,tiveram que conter seu riso.Mas a história,foi bem engraçada!

Yeda Perdeu na Justiça

Reproduzo aqui,matéria publicada por Marco Weissheimer em seu blog.



Justiça nega indenização a netos de Yeda Crusius por manifestação do CPERS
Jul 20th, 2011 by Marco Aurélio Weissheimer. 4 comentários
Em julgamento ocorrido nesta quarta-feira (20), os desembargadores da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul entenderam que a manifestação realizada pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato) em frente à casa da então governadora Yeda Crusius, no dia 16 de julho de 2009, foi lícita e não ofendeu a moral dos netos da ex-Governadora, que também residiam no local. A ação foi ajuizada pelos dois netos de Yeda Crusius, representados por sua mãe, Tarsila Crusius.

No 1º Grau, o Sindicato havia sido condenado ao pagamento de indenização de R$ 10 mil para cada um dos netos, em razão de excessos que teriam sido cometidos durante o protesto.

Para o relator do recurso, juiz Roberto Carvalho Fraga, a entidade não pode ser responsabilizada por uma situação que poderia muito bem ter sido evitada se não fosse a conduta da própria Governadora, com a conivência da mãe, responsável pelos menores, em optar pela exposição dos meninos, em face de um protesto que tinha um caráter de interesse público.

O magistrado observou ainda que “o local onde os autores da ação moravam era, também, onde residia a Governadora do Estado, caracterizando-se, portanto, imóvel público num sentido amplo, inclusive beneficiado por staff governamental oferecido pelo Estado”. Dessa forma, entendeu que não ocorreu invasão de privacidade ou intimidade dos meninos. Também considerou que não houve desvio do exercício do direito de reunião, já que a manifestação realizou-se defronte a imóvel público.

O juiz afirmou que também não houve impedimento à liberdade do direito de ir e vir, já que as crianças puderam se locomover até a escola, após a chegada da Brigada Militar. Quanto às alegações dos autores de formação de um corredor polonês em torno do veículo onde estavam os meninos, seguido de batidas nos vidros, entendeu que a ocorrência desses fatos não foi comprovada.

Dessa forma, o magistrado acolheu a apelação do CPERS, em voto que foi acompanhado pelas desembargadoras Iris Helena Medeiros Nogueira e Marilene Bonzanini. A Câmara negou o recurso dos autores, que buscavam responsabilização de Rejane Silva de Oliveira, presidente do Sindicado, e a majoração da indenização.

Na avaliação do CPERS/Sindicato, a mobilização foi pacífica e em defesa da educação de qualidade e contra as escolas de lata. O sindicato, na época, levou um contêiner para mostrar a precariedade do modelo de sala de aula que estaria sendo oferecido pelo governo do estado aos filhos dos trabalhadores. Para o sindicato, a vitória na Justiça “preserva a democracia e o direito à manifestação por parte de uma categoria que historicamente defende a educação pública”.

América my América

América Latina para além dos dados
Por Roberta Traspadini, no jornal Brasil de Fato:

Segundo a Cepal, somos 594 milhões de latinoamericanos. Em nosso fértil território com profundas possibilidades de inclusão e de pertença, vivem 183 milhões de pobres e 74 milhões de indigentes, fruto do histórico modo de produção capitalista.

Na divisão por idade somos compostos por uma maioria jovem: 27,3% (até 14 anos); 33,6% (15 a 34 anos), 19% (35 a 49), 11,8% (50 a 64 anos), e 8,3% com 65 anos para cima.

Temos uma população economicamente ativa (PEA) de quase 277 milhões, dos quais 164 milhões são homens e 113 são mulheres.

Nos últimos anos, aumentou no continente o emprego formal (51%), frente à queda no índice de desemprego (em 2000 era de 10,4%, em 2010 caiu para 7,6%).

Com uma população urbana de 79,3%, uma taxa de analfabetismo de 8,3% na população acima de 15 anos, e uma taxa de fecundidade de 2,3 filhos por casa ao longo dos anos 2000, a América Latina, vai traçando hoje o que será a ordem do dia da produção de vida de amanhã.

1. Questão social e educação

Na questão social da educação, dois dados merecem atenção.

1) os 20% mais ricos se apropriam 19,3 vezes a mais da riqueza e da renda no continente, em comparação aos 20% mais pobres.

2) dos jovens entre 25 a 29 anos, apenas 8,3% concluíram o terceiro grau. Na comparação entre jovens ricos e pobres, apenas um jovem pobre consegue concluir o 3º grau, em comparação a 27 jovens de melhor poder aquisitivo que terminam.

A situação das jovens mulheres latinoamericanas de 15 a 29 anos, é ainda mais complexa. Enquanto 80% das jovens com maior renda participam do mercado de trabalho formal no continente, menos de 50% das jovens pobres conseguem estabelecer vínculos formais.

O gasto público com educação é de 5% do PIB e o total de estudantes públicos na região é de 91 milhões no ensino fundamental e médio, em contraposição a 19 milhões em escolas particulares.

2. O que os dados não mostram

Os resultados do período neoliberal são catastróficos. A aparente melhoria de vida encobre a essência do endividamento e da nova forma do capital apostar nos seus ganhos sem fronteiras, utilizando para isto as políticas públicas para revigorar seus ganhos.

A corrida do grande capital tem gerado uma forma de fazer política cujo conteúdo histórico segue o mesmo: a apropriação privada da riqueza e da renda advinda da exploração do trabalho em solo latinoamericano.

Por um lado, os trabalhadores são induzidos a uma nova lógica de consumo e, para produzirem sua sobrevivência com base numa gama de necessidades técnico-científicas oriundas da produção dos países centrais, entram no caminho sem volta do endividamento pessoal.

Por outro lado, o capital industrial dá passo atrás e retoma a histórica participação latina de produtora de bens primários para abastecer os países centrais.

Os latinoamericanos transformam-se assim, desde a infância, em consumidores dos atuais bens vendidos como de primeira necessidade – celulares, computadores, vários mps, entre outros. Para isto, precisam ser primeiro consumidores de crédito para depois adquirir tais bens.

O endividamento familiar torna-se peça chave da inclusão nessa sociedade na qual os latinos trabalham, mas que não os permite consumir o básico necessário com o salário que ganham.

A educação precária torna-se regra da operação do capital no continente, tanto no que tange à remuneração e contratação dos professores, quanto ao conteúdo das disciplinas formais lecionadas.

A educação formal para o consumo e não necessariamente o trabalho formal, empobrece a compreensão de totalidade da jovem futura classe trabalhadora e reforça o palco fértil para a consolidação da alienação como requisito básico de venda de bens importantes mas não necessariamente vitais.

Nessa linha, o desenvolvimento como sinônimo de consumo, modernidade e tecnologia ganha mais força do que nunca e entra na mentalidade da classe que vive do trabalho como algo natural em vez de construído historicamente.

O cenário latinoamericano necessita de políticas públicas de Estado que promovam mudanças substantivas no que diz respeito à tomada do poder e da orientação sobre a prioridade do pacto social no continente, com primazia para a centralidade do trabalho e da educação.

Além disto, requer que a política de integração crie condições para que a prioridade dos sujeitos coloque limites à soberania dos mercados liderados pelo capital (inter)nacional. A integração dos povos necessita modificar o histórico caminho no continente em que desenvolvimento e dependência aparecem como constitutivos do sentido do trabalho alienado.

Necessitamos com urgência de uma política de Estado de transição que coloque na trilha as modificações estruturais que reorientem o sentido do trabalho, da socialização da produção, da riqueza e da renda no território. Caso contrário, a melhoria dos dados permanecerá como sinônimo de uma conta maior a ser paga pelo trabalho.

UNE SOMOS NÓS,NOSSA FORÇA E NOSSA VOZ


Daniel Iliescu, novo presidente da UNE
Estudante de sociologia, novo presidente da UNE quer ser professor e espera ver o fim do analfabetismo


O carioca Daniel Iliescu, 26 anos, torcedor do Flamengo e aluno de ciências sociais da UFRJ, foi eleito em Goiânia ao final de um processo que envolveu mais de 1,5 milhão de estudantes


A União Nacional dos Estudantes (UNE) finalizou o maior Congresso de sua história neste domingo (17), elegendo o jovem Daniel Iliescu, do Rio de Janeiro, como seu novo presidente. Oito mil estudantes de todo o Brasil participaram do Congresso em Goiânia, que em sua etapa preparatória nos estados reuniu os votos de mais de 1,5 milhão de alunos de universidades públicas e particulares. Houve, no total, votação em 97% das universidades de todo o país. O encontro marcou um novo recorde de participação dos jovens neste que é o maior e mais importante fórum do movimento estudantil brasileiro.


A chapa de Daniel Iliescu, "Movimento estudantil unificado para as mudanças do Brasil", foi eleita com 2,369 mil votos, o que representa 75,4% dos votos dos 3.138 delegados credenciados que votaram no 52º Congresso. Concorreram também as chapas, "Oposição de Esquerda" (18,5% - 581 votos), "MUDE - Movimento UNE democrático" (5,8% 183 votos) e "Por uma nova UNE" (0,1% - 5 votos).


A partir de agora, Iliescu ocupará o mesmo cargo que já foi de importantes nomes da vida pública brasileira como José Serra (ex-governador de São Paulo), Orlando Silva (ministro dos Esportes), Aldo Rebelo (deputado federal) e Lindbergh Farias (senador).


Flamengo, sociologia e smartphone


Quem se depara com o novo presidente da UNE em uma roda informal de bate papo ou na tranquilidade carioca de um chopp para o happy hour, não encontra ali discursos insuflados ou debates calorosos de ideias. De natureza calma, óculos no rosto e sorriso leve, o estudante Daniel Iliescu, de 26 anos, é do tipo que prefere sempre ouvir antes de falar, e faz questão de que todos falem.


Estudante de Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está encerrando o bacharelado –onde desenvolveu gosto pela pesquisa e foi bolsista– para iniciar a licenciatura, preparando-se para ser professor. Entre seus grandes sonhos, está o de trabalhar nas salas de aula do país: "Espero ver o fim do analfabetismo no Brasil em breve, se todos se empenharem", afirma. Nascido na capital carioca e criado em Petrópolis, é filho de uma mãe psicóloga e um pai engenheiro que, apesar de suas formações, decidiram também virar professores.


O jeito afável e manso, no entanto, não é o mesmo quando tira os óculos e pega o microfone, liderando os estudantes nas ruas, em protestos e lutas difíceis do movimento estudantil. Foi o lado enérgico e capaz de contagiar milhares de jovens que levaram Daniel Iliescu, enquanto foi presidente da União dos Estudantes do Rio de Janeiro, a conquistar vitórias históricas no estado como a aprovação do meio passe nos transportes para estudantes do Prouni e cotistas de universidades da capital.


A energia também é muito bem gasta no Maracanã ou em frente à TV assistindo aos jogos do Flamengo, por quem se permite ser alienavelmente apaixonado. Filiado ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) e defensor do projeto de transformação social iniciado pelo governo Lula, Daniel confessa que não ergue o ex-presidente ao pedestal de maior ídolo da sua vida: "Se eu colocar o Lula lá, qual lugar vai sobrar para o Zico?", brinca.


Quando volta a falar sério, diz que espera incluir o Flamengo e outros grandes times do país em uma campanha pela educação brasileira: "Quero convidar o Ronaldinho Gaúcho e outros grandes jogadores camisa 10 a utilizarem o número de suas camisas em uma campanha pelo investimento de 10% do PIB em educação, para melhorar as escolas e pagar melhor os professores do país". A UNE critica a proposta do governo Dilma Rousseff, no projeto do Plano Nacional de Educação, de investir somente 7% do PIB nesse setor até 2020. Atualmente os investimentos são de cerca de 5%. Iliescu defende um grande pacto pela educação nacional, que seja maior do que as divergências entre os partidos e grupos políticos, reunindo estudantes e outros setores da sociedade.


Unindo o lado sociólogo ao lado militante, Iliescu teoriza sobre o modelo histórico de exploração das riquezas naturais no país, para defender também o projeto que destina 50% do fundo social do Pré-Sal somente para a educação. Seria uma forma de transformar um recurso não renovável em benefício social direto, como não foi feito durante os ciclos do pau-brasil, do ouro ou do café.


Daniel não se enquadra nem ao estereótipo do estudante bicho-grilo – apesar de confessar um passado de dread locks no cabelo – nem de moderninho – apesar de se lembrar que a cabeça também já foi pintada de azul. Fã de samba e de rock progressivo, de mochila nas costas e tênis batidos, acompanha as últimas notícias pelo smartphone, um Motorola Atrix, de onde acessa o Twitter e o Facebook, sempre postando ou repassando alguma coisa. Monitora os blogs de política pela internet, mas afirma que não abre mão também dos jornais de papel: "Leio a Folha de S. Paulo e o Globo todos os dias".


O novo presidente da UNE se diz satisfeito com a recente onda de marchas e movimentos independentes, muitas vezes iniciados na internet, que têm ocupado as ruas do país. Iliescu espera, em sua gestão, melhorar a participação da UNE na rede digital e ampliar os temas em discussão dentro da entidade, como por exemplo a questão das drogas. Pessoalmente, se diz contra a política proibicionista do estado e defende que o debate a favor e contra a legalização da maconha também tenha espaço, democraticamente, dentro do movimento estudantil.


Durante os próximos dois anos, Daniel Iliescu será o representante dos milhões de universitários brasileiros, sustentando seus direitos e amplificando seus anseios. Sabe que a agenda é grande e os compromissos são muitos. Já chega a admitir que terá um pouco menos de tempo para a namorada Bianca, de quem está sempre junto, mas não se preocupa: "De dia, estarei estudando ou militando pela UNE. De noite, seja em casa ou na balada, estarei sempre do lado dela", promete o presidente, que sonha em casar e ter filhos.

Socorro à Grécia: bancos ficam com pedaço do mico | Conversa Afiada

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Terra,Planeta Água

Em defesa da água como um bem público
21/07/2011 – 09h00
Em caso de privatização, contas de água podem subir, alerta organização

no UOL

por sugestão do Roberto Monico Junior

SÃO PAULO – Consumidor poderá ter que enfrentar contas de água mais caras, caso setor seja privatizado. Essa foi a avaliação das organizações sociais que participaram, na última quarta-feira (20), de seminário que discutiu ideias sobre como a população pode se organizar para impedir a venda das empresas.

A elevação dos custos aconteceria pela própria lógica do sistema privado, que adota um modelo de reajuste estabelecido em preços internacionais. De acordo com a Agência Brasil, representantes das organizações já preveem um aumento imediato nos preços, além de uma diminuição dos investimentos no setor.

Distribuição de água

Segundo representantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), 90% da rede de distribuição de água no País são controlados por empresas públicas, com uma cobertura que chega a quase 100% das grandes e médias cidades.

Um dos diretores do movimento, Gilberto Cervinski, lembrou que, no município de Santa Gertrudes, em São Paulo, onde o sistema foi privatizado em 2010, os preços das contas de água praticamente triplicaram em seis meses.

Fora da lei

Os participantes do seminário também denunciaram práticas corruptas em alguns estados do País. A exemplo de Rondônia onde, segundo representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Água e Energia, empresários assediam vereadores.

A entidade também denuncia que em municípios do estado as prefeituras têm, inclusive, desconsiderado processos legais como a licitação para a concessão do sistema de abastecimento, como ocorreu em Ariquemes. Contrários à privatização, os sindicalistas avaliam que as empresas privadas investirão menos na ampliação da rede e, principalmente, em saneamento.

América Latina

O doutorando da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Juscelino Eudâmidas, afirmou que, segundo pesquisas internacionais, até 2015 cerca de 60% da capacidade de abastecimento da América Latina estará privatizada. Eudâmidas ainda ressalta que, nos países ricos, onde a ideia da privatização surgiu, os governos estão voltando atrás.

Na França, por exemplo, onde surgiram as primeiras experiências de concessão do sistema de distribuição de água, o governo está reestatizando os serviços. Os principais motivos foram que a qualidade do serviço e da água caíram, os preços subiram exorbitantemente e o serviço não foi universalizado.

DF Sem Analfabetismo

DF: território livre do analfabetismo

Por Beto Almeida

O governador Agnelo Queiroz assumiu o corajoso compromisso de erradicar o analfabetismo na Capital da República e no Distrito Federal (DF) até 2014. Este compromisso deve ser apoiado por todos os brasileiros - não apenas pelos moradores do DF -, por todas as forças progressistas, movimentos sociais, intelectuais, movimento estudantil, pois trata-se, simbolicamente, de uma atitude que revela claramente o potencial de que o Brasil, com todos os seus recursos, tem seguramente todas as condições para ver-se livre desta mazela social.



Agnelo está também enviando, como este compromisso, uma mensagem de otimismo, de convocação à luta, de chamado para as transformações sociais, indicando claramente que o Brasil Sem Miséria tem que ser também um Brasil livre da miséria do analfabetismo, da ignorância, da incultura. É como se dissesse: um país com as imensas riquezas que possui, do petróleo ao nióbio, sendo uma das maiores economias do planeta, não tem o direito de conviver com uma herança tão opressiva e desumana que afeta, sobretudo, as camadas mais pobres dos brasileiros, no DF e em todo o território nacional!

América Latina está derrotando o analfabetismo!

A guerra contra o analfabetismo na América Latina sempre esteve vinculada à luta revolucionária, aos programas de governos populares, a governantes antiimperialistas e de esquerda. Agnello está indicando que estão presentes as condições para que o Brasil dê um salto político. Deste modo, está chamando a superar a simples prática e uma administração rotineira, convencional e sem audácia, trazendo para os partidos progressistas o desafio de se colocar à altura das reais possibilidades de transformações sociais que o Brasil possui agora depois de dois governos Lula e após a eleição da presidenta Dilma, derrotando as forças conservadoras, que jamais se levantaram contra o analfabetismo, como também jamais se propuseram a transformar a sociedade.

Vale lembrar que o próprio Plano Estratégico para o Brasil, lançado durante o governo Lula, previa apenas para 2022 a superação do analfabetismo, o que é uma prova de timidez e de falta de prioridade política imensas, se observarmos que vários países muito mais pobres que o Brasil estão conseguindo derrotar o analfabetismo na América Latina. O problema está claramente localizado na esfera das decisões políticas.

Exemplo: como dói a substituição do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães pelo ex-governador Moreira Franco para comandar a Secretária de Assuntos Estratégicos! Colocar como ministro desta pasta um homem que destruiu os CIEPs no Rio de Janeiro, única vez que um governo estadual dedicou 50 por cento de seu orçamento para a educação, é lançar dúvidas sobre um verdadeiro e sincero combate ao analfabetismo.

A atitude de Agnelo Queiroz, na prática, é um chamado às forças progressistas a se mexerem mais além da luta institucional ou parlamentar. Em todos os países que derrotaram o analfabetismo na América Latina a mobilização popular é uma condição indispensável. Assim foi em Cuba, onde o analfabetismo foi extinto há 50 anos!!. Assim foi na Nicarágua Sandinista, quando a Cruzada Nacional da Alfabetização, que contou com a participação ativa de professores cubanos, levou à suspensão das aulas nas universidades por seis meses, período em que os estudantes universitários subiram as montanhas e foram para o campo para alfabetizar os camponeses, numa generosa demonstração de maturidade revolucionária e de entrega, que só os processos revolucionários alcançam, porque elevam as relações humanas, vencem o individualismo, promovem a consciência de que o progresso cultural de um povo ~e tarefa de todos, tarefa coletiva!

Tiririca: alfabetizado com o método cubano

A Venezuela Bolivariana também já é Território Livre do Analfabetismo, com reconhecimento da UNESCO, devendo sua conquista também à generosa ajuda de Cuba com o seu método de alfabetização “Yo si puedo”, que permite aprender a ler e escrever em um prazo de 45 dias em média. Aliás, conforme revelou Frei Betto em Conferência sobre Cuba Hoje, transmitida pela TV Cidade Livre de Brasília, foi com o método cubano que o Deputado Tiririca aprendeu a ler e escrever rapidamente para fazer frente às exigências elitistas e arrogantes da Justiça Eleitoral que não queria dar-lhe o diploma parlamentar a que faz jus em razão de milhares de votos recebidos, em sua maior parte das camadas mais oprimidas do Estado de São Paulo, sobretudo os trabalhadores nordestinos da construção civil, a quem ele apresentou uma série de propostas corretas e necessárias, escondidas maliciosamente pela mídia.

Uma vez mais, foi Cuba, com sua contribuição humanista em escala internacional, que demonstrou, neste episódio do Tiririca, que quando há vontade política, os instrumentos estão disponíveis e podem ser utilizados pelos mais inesperados setores sociais com vistas a elevar sua condição de cidadania. A conclusão é clara: o programa Brasil Sem Miséria, justo e necessário, não deve limitar-se à alimentação e formação profissional dos mais miseráveis. Aos animais é que se oferece apenas alimento, aos seres humanos é preciso oferecer também cultura, educação, livros, produtos culturais etc

Prioridade política ou planejamento conservador?

Se a Bolívia de Evo Morales também já é, segundo a UNESCO, Território Livre de Analfabetismo, as condições para que o Distrito Federal (muito melhor equipado e estruturado), mas também o Brasil alcance tal conquista estão totalmente presentes. É paradoxal que o Brasil seja um dos maiores consumidores de automóveis e de telefones celulares do mundo, que São Paulo tenha a segunda maior frota de helicópteros do mundo, e ainda existam milhões e milhões de analfabetos!

A solução deste dilema está no plano da política. Agnelo está fazendo uma convocatória decisiva, urgente, inadiável! Não há nenhuma razão para que a erradicação do analfabetismo não tenha sequer metas concretas, apesar de oito anos de governo Lula, de vários governos estaduais progressistas que tivemos neste período, mas, ainda assim, sem que o fim do analfabetismo tenha sido encarado com tarefa prioritária, central, realizável.

Basta lembrar que o Evo Morales, em criança, quando seus pais trabalhavam como canavieiros no norte da Argentina, foi considerado inepto para o letramento. Hoje, não apenas ele é o presidente da Bolívia, como nossos irmãos bolivianos, uma das economias mais pobres da América do Sul, já estão livres da praga do analfabetismo! Se um país como o Brasil que conseguiu recuperar a indústria naval, destruída pela privataria tucana, como não poderia superar definitivamente o analfabetismo?

Sobretudo sendo o Brasil a pátria de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Paulo Freire???. É porque tem faltado vontade política e Agnelo, com o compromisso que assumiu publicamente, está demonstrando que é preciso uma nova arrancada política e que Brasília não quer apenas ser a sede da Abertura da Copa do Mundo em 2014, construindo o estádio, mas também tem que mandar ao mundo a mensagem de que erradicou o analfabetismo.

Alfabetização é uma luta política

O governo Agnelo credencia-se a convocar todas as forças progressistas, não aquelas que o apoiaram eleitoralmente, para que seja realizado um verdadeiro Mutirão contra o Analfabetismo. O movimento estudantil, a CUT, o Sindicato dos Professores, as Universidades, todos devem ser convocados e incorporados nesta luta por meio da realização de uma Conferência Popular contra o Analfabetismo no DF, na qual sejam planejadas todas as iniciativas possíveis e necessárias, entre elas a mobilização política, pois derrotar o analfabetismo não é uma tarefa apenas técnica, é de cunho político e transformador. É preciso discutir e planejar tendo presente as experiências do passado, entre elas a do Rio Grande do Sul , que, quando governado por Leonel Brizola, conseguiu erradicar praticamente o analfabetismo no início dos anos 60. É preciso organizar acordos com o governo de Cuba para que seus especialistas possam participar deste Mutirão.

O uso revolucionário do rádio

É fundamental que haja a consciência sobre o uso da Rádio Cultura-FM, uma ferramenta que pode cumprir um papel indispensável nesta empreitada, ao contrário de ser apenas uma caixinha de música como vinha sendo na triste Era Arruda, quando só as bandas de rock apoiadas por esquemas milionários da indústria cultural imperial tinham vez, ao passo que sua direção, naquela época, discriminava a música popular brasileira, o samba, a música de raiz, inclusive os artistas negros, numa orientação claramente racista.

É um verdadeiro desperdício de recursos não ter a Rádio Cultura atuando nesta e outras causas da elevação cultural do povo candango. Aliás, vale lembrar que pedagogos cubanos desenvolveram um método para a alfabetização em dialeto creole do povo haitiano, por meio das ondas do rádio, a partir de Cuba. Temos que abrir espaços à criatividade, ao desenvolvimento de novas experiências, políticas e educativas. E a base para isto é o compromisso assumido pelo governador Agnelo Queiroz, que indica um compromisso de luta!

Altamiro Borges: Governador do DEM massacra professores

Altamiro Borges: Governador do DEM massacra professores: "Por Elaine Tavares, no blog Palavras Insurgentes : A cena apareceu, épica. Uma mulher, já de certa idade, rosto vincado, roupas simples, a..."

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ADEUS TIA GUIOMAR


Hoje irei me despedir de uma tia querida.
Mulher guerreira,lutou no campo,na lavoura,com marido pouco companheiro.Separou-se dele,os filhos rumaram para São Leopoldo,em busca de empregos nas indústrias,logo,ela também foi.
Na cidade, seguiu trabalhando fora e criando filhos e netos,esteio da família.
Formaram quase uma comunidade,os filhos formando família e morando próximos.
História comum de migrantes,lutadores,de gente boa e trabalhadora.Minha tia era a matriarca,que brigava com eles e fazia cessar as brigas dos filhos entre si.
Guiomar foi uma brasileira forte que enfrentou tudo sempre,com firmeza e a sabedoria que a vida lhe deu.Vais embora,hoje,mas para mim,serás sempre uma lembrança boa,símbolo de uma mulher valente.
Agradeço ter conhecido e convivido contigo.
Um abraço,minha tia Guiomar.

sábado, 14 de maio de 2011

UMA ENORME SEXTA FEIRA 13




Maria Teresa divide-se em muitas atividades,em sua cidade,Caxias do Sul,ou em Porto Alegre.Numa das vezes que foi a uma reunião em Porto,era uma sexta-feira,13.Ela nem havia se dado conta da data sinistra,só no fim da noite,é que associou os vários eventos com o fato de ser sexta,e treze.

Na véspera,conversava com uma colega, e ao se hospedarem no mesmo hotel,Maria Teresa ficou no quarto 1007,e sua amiga no 1107. Durante o jantar,a colega falou que foi preciso trocar de quarto,mas Maria nem gravou o fato,ficou com a informação anterior registrada,aquela das coincidência dos números 1007 e 1107.

Pela manhã,foi tomar café,e deixou a chave com sua colega de quarto,que ainda dormia.Desceu do 10º andar,e foi até a sobreloja,e descobriu que devia subir ao 11º,subir um lance de escada,pois o restaurante havia mudado para lá.Feito o desjejum,desceu um lance de escada,apertou a campainha e nada,chamou,bateu,tornou a apertar a campainha,e nada;supôs que sua colega ainda dormia.Foi até a portaria,ligou para o quarto e nada,então pediu que abrissem a porta.O moço da recepção a acompanhou até o quarto,abriu-a,e quando ela entrou,qual a surpresa,este não era o seu quarto,então,disse ao porteiro,o meu é o do lado,abriu-se a porta,e também não era.Maria cheia de vergonha,pois as pessoas que esperavam o elevador,riam-se do engano, lembrou que este era o quarto de sua amiga,e o dela,era 1007.Foram até lá,a porta foi aberta e o mais breve possível,ela saiu do hotel,sem nem encontrar a colega de quarto.Saiu rindo pela rua,e dirigiu-se a reunião.

Terminada a reunião,embarcou no ônibus das 14 horas para Caxias,chegou às 16 horas,tinha dentista às 17 horas e lá estava,no horário,foi atendida,às 17:30 e liberada as 18 horas.Foi até sua casa,tomou café e partiu para a escola,tinha que chegar mais cedo,pois precisava ficar no lugar do vice diretor,que estava de laudo.O trânsito estava mais lento do que o normal,e ela tensa,olhar fixo,na pista.O celular tocou,olhou para o banco onde estava a bolsa com o celular,e pensou não posso atender.No mesmo momento,ouviu gritos de "pare aí,pare..."ao olhar para frente viu um motoqueiro fugindo entre os carros e um policial rodoviário já colocando a mão no revólver, todos correndo na frente de seu carro,quando,outro policial pediu que o anterior não atirasse.Respirou aliviada,não podia morrer naquela hora,tinha que ir para a escola.

Ao chegar na escola,a vice direção fechada,ela ligou para várias pessoas,até para o vice,doente,que falou que enviaria as chaves dentro de pouco tempo.Foi preciso dar o sinal,chamando os alunos na rua,sem fechar as portas,e coisas mais que foram adiadas até a chegada das chaves,na escola.Naquela noite,vários alunos foram conduzidos até a vice direção por indisciplina,outros chegaram atrasados,vários foram buscados pelos pais,para sairem mais cedo,e quando Maria Teresa estava indo embora,o carro de uma colega ficou sem bateria,e ela ficou com ela até o problema ser resolvido,e foi rápido,nem 15 minutos.

Fechou a noite,de sexta-feira,13.Ao final,ela pensa que foi um dia e noite,que ela teve sorte de sobreviver.

domingo, 8 de maio de 2011

MÃE CORAÇÃO DE MUITOS ESPAÇOS







Saudação,neste Dia das Mães,àquelas Marias que trabalham todo tempo
para que seus filhos tenham alimento,roupa,e moradia digna.

Um abraço carinhoso a todas Lucianas,Jocemaras,Maris que representam as mães que criam sozinhas seus filhos.
Lembro de todas Catarinas,Zilmas,Teresinhas,Sônias,Yaras,Gildas,Giseles,

Danielas que lutam por creches para os seus e para os filhos de todas que precisam.
Na figura das Susanas e Genizas envio um beijo de reconhecimento a todas educadoras,professoras e funcionárias que trabalham nas escolas,
e muitas vezes, fazem o papel de mães dos alunos e alunas.
Parabéns a todas mães que lutam por um mundo melhor para os filhos de todas as mães.
Meu reconhecimento especial às mães trabalhadoras,que tem tripla jornada,como mulher,mãe e trabalhadora,e mesmo assim tem esperança e luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

VITÓRIA NA QUESTÃO DA HORA ATIVIDADE

Governadores são derrotados no STF
27-04-2011
Na tarde desta quarta-feira (27), o plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento da ADI 4.167, no tocante ao parágrafo 4º do art. 2º da Lei 11.738, que versa sobre a destinação de, no mínimo, 1/3 (um terço) da jornada de trabalho do/a professor/a para a hora aula-atividade, rejeitando, assim, a tese da inconstitucionalidade proposta pelos cinco governadores considerados “Inimigos da Educação, Traidores da Escola Pública”.


No início do mês, o STF já havia julgado constitucional a parte da Lei 11.738 que vincula o piso nacional aos vencimentos iniciais das carreiras de magistério de estados e municípios.

Mesmo considerando a hora aula-atividade constitucional, é possível que gestores descompromissados com a educação de qualidade não apliquem efetivamente o preceito da norma federal, em razão de a votação no STF não ter alcançado o quorum qualificado de seis votos. Nestes casos, os Sindicatos deverão ingressar com ação judicial nos tribunais estaduais, podendo eventuais recursos retornarem ao STF.

Diante da improcedência integral do pedido de inconstitucionalidade da Lei 11.738, e à luz dos efeitos jurídicos perpetrados no julgamento sobre a hora aula-atividade, a CNTE orienta seus sindicatos filiados a exigirem dos gestores públicos a aplicação de todos os preceitos da lei do piso do magistério, devendo, nos casos de descumprimento do parágrafo 4ª do art. 2º da Lei 11.738, os mesmos ingressarem com ação judicial para forçar, no curto prazo, o pronunciamento do judiciário local e, posteriormente, a decisão sobre o efeito vinculante na Suprema Corte.

Lembramos, ainda, que a aplicação dos preceitos da Lei 11.738 – questionados na ADI 4.167 – não necessita aguardar o acórdão do relator. O cumprimento da decisão deve ser imediato.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

MAREIO PENSO E MAREIO

Meus pensamentos vêm como ondas
neste oceano,ora turbulento,ora calmo.
Não quero navegar na calmaria,
meu barco das idéias precisa seguir.

Tenho pressa de chegar,preciso ir,
quero todo este vento a me levar.
Venho de longe,mas ainda tenho que partir.
Saio rumo ao infinito,surpresas sem parar.

Vai meu barco,vai.
Agito em meu coração,novidade no ar.
Tomo coragem,sigo em àguas bravias,
quero navegar de novo.

sábado, 2 de abril de 2011

Outono Ou Verão Ou Inverno




Bêbada, voa a folha no ar,
caída de uma árvore qualquer,
perambula pelo vento,a procura de nada,
antes era irmã de muitas outras,
agora sozinha caminha para o fim.

Outono de despir árvores,
amarelecer de um quase frio,
primo do inverno e frio,
meio termo, bipolar.

A serra gaúcha pela janela,
com vinho,lareira e aconchego,
é cartão postal,quase europeu.
Na rua,passos rápidos em fuga.

Roupa de lã,camisa de manga curta,
guarda-chuva,guarda-sol,
em um leva e trás diário.
Calor e frio,vento e sol.

Outono,travesso,
brinca de estações.


Solange Carvalho

Educar É Vencer Barreiras


Educadores reunidos num debate dentro de uma escola concluiram que educar é ir além da sala de aula.Não descobriram a roda,mas insistem em repetir esta frase para se convencerem de que a educação faz parte de uma grande engrenagem,e como tal pode fazer funcionar esta engrenagem,mas não é a própria engrenagem.Há alguns anos atrá,educadores repetiam a frase lapidar:"só a educação pode salvar a humanidade",na atualidade esta frase não cabe em cabeças conscientes.Pessoas educadas,esclarescidas podem contribuir para mudanças,mas não farão sozinhas as mudanças.E quaisserão as mudanças?O que contribui para o despertar das consciências é o conhecimento e a formação do pensamento crítico,capaz de refletir sobre si e sobre os outros,não apenas o conhecimento por si só.

domingo, 27 de março de 2011

Líbia: Dividir, governar e arrancar de lá o petróleo

Copio e reproduzo aqui:
Pepe Escobar e a Líbia: Dividir, governar, arrancar petróleo
Líbia: Dividir, governar e arrancar de lá o petróleo
24/3/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
Sem romper o nevoeiro da guerra, é impossível entender o que realmente se passa na Líbia.
A Operação Alvorada da Odisséia só está acontecendo porque os 22 membros da Liga Árabe, em votação, aprovaram a imposição de uma zona aérea de exclusão sobre a Líbia. A Liga Árabe – sempre apresentada rotineiramente nas capitais ocidentais como irrelevante, antes dessa decisão – não passa de instrumento da política externa da Casa de Saud.
A “decisão” da Liga Árabe foi incentivada pela promessa de Washington de proteger os reis/xeiques/oligarcas do Conselho de Cooperação do Golfo, contra a ação das aspirações democráticas dos respectivos cidadãos – que só aspiram a alcançar os mesmos direitos democráticos pelos quais lutam seus ‘primos’ do leste da Líbia.
Trata-se de exatamente o mesmo Conselho de Cooperação do Golfo que aprovou que a Arábia Saudita invadisse o Bahrain para ajudar a dinastia do sunita al-Khalifa a esmagar o movimento pró-democracia. A gangue do Conselho de Cooperação do Golfo é considerado pelo ocidente como “os nossos filhos-da-puta”, enquanto o coronel Muammar Gaddafi – segundo a narrativa ocidental – é terrorista que passou por curso intensivo e agora já é bandido-assassino.
O Conselho de Cooperação do Golfo inclui conhecidos campeões da luta pela igualdade: Arábia Saudita, Bahrain, Kuwait, Qatar, Omã e os Emirados Árabes Unidos. Quem primeiro votou a favor da zona aérea de exclusão foi o CCG; depois, a Arábia Saudita, cachorro grande, mediante chaves-de-braço & propinas prometidas, arrancou a aprovação pela Liga Árabe (Síria e Argélia, por exemplo, eram seriamente contra).
Para o oportunista secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa, que já está concorrendo à presidência do Egito, foi ótimo negócio. Recebeu ordem de Riad, ao mesmo tempo em que dava uma polida no próprio currículo, para mostrar em Washington.
Para a Arábia Saudita foi também ótimo negócio: chance perfeita para que o rei Abdullah livre-se de Gaddafi (há rixa insanável, legendária, entre os dois, desde 2002), e chance perfeita para que a Casa de Saud dê uma mão a Washington.
A Operação Aurora da Odisseia não tem meta clara. O presidente Barack Obama disse várias vezes que a coisa só acabará com a partida de Gaddafi (“Gaddafi tem de sair”). A isso se chama “mudança de regime”. Ou nos termos da nova doutrina de duas garras, de Obama, é “o braço dos EUA” (que se estende em socorro dos que se oponham aos “governos do mal”); governos que não sejam muito do mal, casos do Bahrain ou do Iêmen, são estimulados a fazer simples “alteração de regime”.
O problema é que “mudança de regime” não é coisa que a Resolução n. 1973 tenha autorizado.
A Operação Alvorada da Odisseia é a primeira guerra africana do mais novo comando militar do Pentágono do outro lado do mundo – o AFRICOM. Em pouco tempo, virará a primeira guerra africana do Tratado da Organização do Atlântico Norte (OTAN). Embora vendida como “missão limitada”, a Alvorada da Odisseia – só para impor e manter uma zona aérea de exclusão – custará, no mínimo, 15 bilhões de dólares/ano. Os membros da Liga Árabe deverão pagar parte substancial da conta – porque o único estado que enviará forças militares é o Qatar (dois jatos Mirage).
O circo que se vê armado hoje só tem a ver com a “transição” da guerra, do comando do Pentágono na África – cuja base está em Stuttgart, Alemanha, porque nenhum dos 53 países africanos dispôs-se a recebê-la –, para o comando do Pentágono na Europa, também conhecido como OTAN.
A OTAN já interveio na Somália em 2010 – para onde levou, por avião, milhares de soldados de Uganda. Agora está conduzindo a Operação “Escudo do Oceano” ao largo do chifre da África. E antes da Alvorada da Odisseia já pusera a Líbia sob vigilância 24 horas/dia, no foco de seus aviões equipados com Sistema Aéreo de Alerta e Controle [ing. Airborne Warning and Control System, AWACS] – ativos há quase dez anos na já velha Operação Active Endeavor.
No grande quadro, o papel combinado dos tentáculos globais do Pentágono são parte da Doutrina da Total Dominação [ing. Full Spectrum Dominance], que visa a impedir que qualquer nação em desenvolvimento, ou bloco de nações, estabeleçam alianças de relações preferenciais com China e Rússia.
China e Rússia estão entre os quatro principais países BRICSs, com Brasil e Índia. Esses quatro países abstiveram-se na votação do CSONU. Só 48 antes da correria para obter essa resolução, Muammar Gaddafi havia ameaçado que, se fosse atacado pelo ocidente, transferiria os sumarentos contratos de fornecimento de petróleo para companhias da Rússia, Índia e China.
Guerra por comissão
A oposição líbia é uma colcha de retalhos de tribos inamistosas entre elas, o bem-intencionado movimento de jovens, desertores civis e militares do regime de Gaddafi, ativos patrocinados pela CIA (como o sinistro ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel-Jalil), islamistas relacionados (e não relacionados) com a Fraternidade Muçulmana e monarquistas tribais senussi. A tribo senussi é a principal na área de Benghazi; a maioria dos “rebeldes” de keffiah & Kalashnikovs são senussi, como era o rei Idris, derrubado pela revolução de Gaddafi em 1969.
O conselho transicional da Líbia chama-se agora “governo interino” – embora ainda comprometido, segundo palavras dele, com uma Líbia não dividida. Mas não se pode excluir a divisão do país – porque a Cyrenaica, historicamente, sempre viveu às turras com a Tripolitania. Se Gaddafi conseguir organizar uma maioria tribal que o apóie, seu regime não cai.
Todos os olhos estarão postos numa “marcha verde” anunciada pela poderosa tribo al-Warfalla, a maior da Líbia, de um milhão de almas; desertaram da oposição e, agora, farão praticamente qualquer coisa para convencer Gaddafi de sua lealdade.
Nada assegura que o Movimento 17 de fevereiro, força política que esteve à frente da revolta na Líbia, com plataforma democrática de respeito aos direitos humanos, estado de direito e garantia de eleições limpas, terá o controle político em ambiente de pós-era Gaddafi.
O ocidente dará preferência a liderança que fale inglês e conheça bem as capitais europeias, além de Washington. Se possível, um fantoche maleável. O petróleo pode corromper qualquer nova liderança até o âmago. Acrescente-se a isso as apimentadas notícias sobre a al-Qaeda no Maghreb Islâmico [ing. al-Qaeda in the Islamic Maghreb (AQIM)] – mais um front de combate da CIA – com um máximo de 800 jihadis, que já estaria apoiando os “rebeldes”. Que ninguém se surpreenda com virada à Armageddon nesse cenário. – A queda de Gaddafi tem potencial para produzir mais um Afeganistão ou outro Iraque.
O acordo ao qual chegaram Obama, o primeiro-ministro britânico David Cameron e o francês Nicolas Sarkozy é que a OTAN desempenhará “papel protagonista” na Alvorada da Odisseia. Tradução: para todos os efeitos, é guerra da OTAN. A liderança política ficará com um “comitê de controle” de ministros de Relações Exteriores – um clube anglo-francês-norte-americano com borrifos de Liga Árabe. Espera-se que se encontrem em breve, em Bruxelas, Londres ou Paris.
Obama telefonou ao primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan e aparentemente convenceu-o sobre o arranjo – embora, em discurso ao seu partido governante, Partido Justiça e Desenvolvimento, Erdogan tenha dito que a Turquia “jamais apontará uma arma contra o povo líbio”.
O ministro francês Alain Juppe disse que, dado que nem todos os membros da coalizão militar são membros da OTAN, “essa, portanto, não é operação da OTAN”. Que ninguém se engane: é.
Essa guerra “é da OTAN, não é da OTAN” não é exatamente o que Sarkozy mais queria – uma plataforma “heroica” que salve sua reeleição em 2012. Mas a motivação ocidental, acima de tudo, tem sabor de petróleo. Se não se conta a Arábia Saudita, a Líbia é o mais espetacular pedaço de mundo com que podem sonhar os dependentes de petróleo de todo o ocidente: um posto de gasolina gigante no meio do deserto, sem ninguém por perto, que fiscalize.
A parte das reservas realmente já conhecidas e exploradas de petróleo e gás, da Líbia, estão na Cyrenaica “rebelde”. Petróleo e gás respondem por 25% da economia, 97% das exportações e 90% da renda do governo. Sarkozy – além de todo o ocidente – teme guerra muito longa. A França quer que termine logo. Diferente de Alemanha, Grã-Bretanha e Itália – que já estão lá –, a França saliva à espera de um gordo pedaço da carniça-petróleo.
Nada há, absolutamente nada, de humanitário, no atual cassino em que se converteram a União Europeia e a OTAN. A única coisa que conta é garantir posição certa na era pós-Gaddafi – bonança de energia, primazia geoestratégica no Mediterrâneo e no espaço do Sahara-Sahel, gordos, sumarentos contratos no negócios da “reconstrução”.
Mudança de regime ou balkanização?
E a correção moral do ocidente somar-se-á a isso. Se você vende petróleo, compra armas e dedica-se a esmagar a al-Qaeda, moralmente, no ocidente, está tudo bem. Se matar seu próprio povo, não aos milhares, só às dúzias, também, tudo bem.
Assim a Arábia Saudita se safará, praticamente sem escoriações, no clima de contrarrevolução atual: a Casa de Saud está movendo todos os cordões para esmagar todas as medidas de aspiração democrática em todo o Golfo Persa.
Quanto aos regimes que matam talvez milhares de seu próprio povo – e têm petróleo, e ameaçam vender seu petróleo aos russos ou aos chineses –, seu destino é guerrear contra uma resolução-Tomahawk da ONU.
As forças da contrarrevolução estão unidas ao ocidente, como gêmeos xifópagos ligados pelo quadril. Os militares da Arábia Saudita continuarão dentro do Bahrain. O Conselho de Cooperação do Golfo legitima a guerra do ocidente contra a Líbia. Na Líbia, o ocidente dividirá para governar e escapará carregando o petróleo. A grande revolta árabe de 2011 estará acabando, em grande crash, derrubada nas areias do deserto?

terça-feira, 8 de março de 2011

Homenagem às Mulheres no 8 de Março


Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
(Florbela Espanca)

sexta-feira, 4 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

APRENDI



Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência.
Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Aprendi que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Aprendi... Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.
Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver.
Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida.
Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio.
Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.

Charles Chaplin

terça-feira, 1 de março de 2011

As Solanges que eu sou


Existem dentro de mim,várias solanges.Aquela que precisa sair agora para trabalhar até as 23 hs.Aquela que deseja ficar escondida de tudo e todos dentro de casa,tem uma que queria fazer um poema novo,tem até aquela que faria limpeza na casa.Tem uma faceworker,que não manja muito de inglês.Tem uma que quer conquistar tantas coisas.Pronto,ganhou aquela que vai trabalhar até as 23 hs,na mesma escola,e com uma reunião no intervalo.É a força da realidade,fui....

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A LAMA DA ALMA


DERRAMA DE MIM A LAVA DA IRA
AS AMARRAS SOLTARAM E JÁ NÃO CONTENHO A LAVA
VAI COMO UM RIO DE LAMA ROLA SERRA ABAIXO
ALÍVIO ENORME A VISÃO DE SUA FUGA.

GERA CALOR,E TEM A DOR DE SENTIR
FOGE LAMA,VAI DOR.
FICA NO LUGAR,A CINZA DO FINAL.
QUERO TUDO DE NOVO.

A LAVA,A CINZA,A DOR,A LAMA E O CALOR.
MESMO QUE DEPOIS A CINZA SEJA A LEMBRANÇA
DE TUDO QUE VIVI,QUE SENTI.
QUE SE DANE O FIM,QUERO A ESPERANÇA DO RECOMEÇO!


SOLANGE CARVALHO

O MÍNIMO E O MÁXIMO


A política é uma teia que envolve nossos pensamentos.Até mesmo os que não militam em partidos ou movimentos sociais organizados,dela dependem e ou participam,até de forma involuntária.
A votação do salário mínimo para mim representou uma opção governamental pela política conservadora e liberal do superávit primário.
Fiz um esforço intelectual para entender a votação dos meus camaradas,entendi.Embora tenha entendido,como sindicalista,como brasileira,sei o que significa o governo Dilma,e suas limitações,mas acredito que um aumento um pouco maior poderia ser um sinal de "aprofundar as mudanças".
A paciência que é preciso ter é máxima,mas o salário continua muito mínimo.
O salário mínimo significa uma redistribuição de renda,um motor de desenvolvimento
em regiões pobres do Brasil,e convenhamos,o que não falta,no Brasil, é região pobre!
Este pensamento que externo na rede,não objetiva fazer demagogia,e nem a pequenês de livrar-me das críticas,é o que eu penso de verdade.
Dilma,presidenta,espero que além de técnica no governo,"equilibrando as contas da Previdência",ela també adote medidas corajosas,responsáveis mas ousadas,que demonstrem sua sensibilidade com as dificuldades da Nação.
Não corte gastos,em educação e saúde,pois são investimentos,e em setores,que por décadas,tiveram poucos investimentos.
O MÁXIMO de suor do povo,não merece o MÍNIMO.
É preciso romper com a velha política que só ajuda a uns poucos,e a muitos arruina.
Presidenta é preciso DIL+ em salário,investimentos sociais,e DIL- em cortes,e política neoliberal.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Juiz Exonerado e a Lei Maria da Penha

Reproduzo aqui:


Juiz machista é exonerado por assédio sexual
Por Conceição Oliveira do Blog Maria Frô, twitter: @maria_fro

Reproduzo texto que narra fato raro que pode ser exemplar sobre a implementação da justiça entre os homens do Judiciário. No caso descrito abaixo, várias relações de poder da cultura patriarcal sobrevivente em pleno século XX são visíveis: relações de poder entre classes, relação de poder entre gêneros. Que sirva de exemplo aos machistas de plantão.

“As pedras no caminho à justiça”
Por Analine Specht, Claudia Prates e Sirlanda Selau, no Brasil Autogestionário
13/02 2011

Em decisão inédita, o ex-juiz Marcelo Colombelli Mezzomo foi demitido dos quadros da justiça gaúcha, por assediar atendente de lanchonete no Rio Grande do Sul. Esta é uma das manchetes que circularam desde o dia 07 de fevereiro, data que o Tribunal de Justiça exonerou o juiz Marcelo Colombelli Mezzomo. A alegação da exoneração teria sido “atitudes impróprias” ou “procedimento incompatível com a dignidade e o decoro das funções”.



O fato que deve servir de exemplo é também uma constatação de que a cultura machista e patriarcal, que permeia inclusive as instâncias judiciárias no país, constitui-se como verdadeiro óbice a realização da igualdade entre homens e mulheres e a promoção da justiça.

Dos fatos:

“Na manhã do sábado, 29 de maio de 2010, o então juiz de direito da vara de Três Passos – cidade 478 km distante de Porto Alegre – comprou um pastel no estabelecimento de Wilson e Maria Lori Neuhaus. Quem o atendeu foi Daniela, de 21 anos, casada há cinco com o filho do casal.
A garota se sentiu constrangida diante do olhar de Mezzomo, classificado por sua sogra como “atrevido”.
- Ele falou que ela era muito bonita para estar atrás de um balcão – relata Lori Neuhaus.
Mesmo depois de Daniela ter dito que era casada, o homem insistiu no assédio. Nem a intervenção de Lori o fez recuar.
- Ele me pediu licença para ficar cobiçando a moça enquanto falava comigo – prossegue a senhora, que assustada, pediu que o magistrado se retirasse.
O homem chegou a dizer que Daniela era “muito bonita e gostosa” e que a familia deveria tomar cuidado com o assédio de estranhos.
- Ele falou que cafajestes como ele poderiam aparecer e provocar problemas – descreve a proprietária do estabelecimento.
Antes de ir embora, Mezzomo pediu ainda que Lori lhe desse um tapa na cara para que ele a deixasse em paz.
- Ele não estava no seu estado normal – acredita a senhora.
Na interpretação do desembargador Túlio Martins, o ex-titular da vara de Três Passos estava “visivelmente embriagado”. “Não sei se não estava sob o efeito de drogas também”, complementa.” (fonte: O Globo).


Do direito – A mulher é sujeito de direitos, e nestes devem ser garantidas a viabilidade de uma vida digna, livre de opressões, violências e dos constrangimentos exercidos pelos homens sobre elas.

As negações e obstáculos a esses direitos são comumente naturalizados pela cultura dominante patriarcal e androcêntrica, que historicamente culpabiliza as mulheres atribuindo a violência e violações ao próprio destino, cuja resposta deve ser a resignação delas diante de tais abusos.

É de fundamental importância compreender que as práticas e concepções machistas não são involuntárias, pelo contrário são fortemente carregadas de sentido que objetivam manter e sustentar a opressão das mulheres e sua invisibilidade ante o Estado de Direitos e a sociedade como um todo.

Desta lógica, decorrem-se múltiplas distorções que transformam assédio em uma mera cantada; violência, como forma de manifestação de amor; assassinatos como extremos de descontrole emocional; e repudio a aceitação das desigualdades e diferentes formas de violência como fenômeno social, que só tem espaço nos discursos feministas.

Queremos dizer com isso, que a naturalização das desigualdades e da violência, perpetuada nas diversas instâncias sociais, é um subterfúgio para legitimar um anti-direito e afastar cada vez mais as mulheres, da realização plena de uma vida digna como direito fundamental de todos os seres humanos.

Neste sentido, o Brasil consolidou em 2006, uma legislação especifica, de tutela especial às mulheres, através da denominada Lei Maria da Penha. Como forma de combate a esta violência especifica, e como reconhecimento, que pela Lei geral, esta forma de violência não seria vencida. Assim, a Lei Maria da Penha, fez assumir, o problema da violência contra mulher, como questão de interesse publico, e não restrito a esfera privada, (“onde não se metia a colher”).

A Lei, que completa agora cinco anos de vigência, bem como as mulheres que dela se utilizaram, foram menosprezadas, questionadas, atacadas, pelos próprios operadores do direito, que saíram prontamente invocando a sua inconstitucionalidade e negando a sua aplicação e necessidade. Fato que conduz a compreensão, de que, um dos principais desafios a serem enfrentados para sua eficácia é sim, a urgente e necessária superação da cultura machista entranhada na própria estrutura de aplicação do direito no país. Deste modo, uma transformação na prestação da tutela jurisdicional, que deve estar a serviço de garantir os direitos da mulher e não da legitimação das desigualdades entre eles e elas naturalizada no conjunto da nossa sociedade.

Além do ex-juíz Mezzomo, Edílson Rumbelsperger Rodrigues, juiz titular da 1ª Vara Criminal de Sete Lagoas (MG), considerou a Lei Maria da Penha inconstitucional e suas decisões foram integralmente reformadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Neste caso, o juiz declarou que a Lei Maria da Penha tem “regras diabólicas” e que as “desgraças humanas começaram por causa da mulher”, além de outras frases igualmente polêmicas. Na ocasião da abertura do processo, declarou à imprensa que combate o feminismo exagerado, como está previsto em parte da lei. Para ele, esta legislação tentou “compensar um passivo feminino histórico, com algumas disposições de caráter vingativo”.

A gota d’água – O desligamento do Sr. Marcelo Colombelli, é fruto da reincidência em uma série de “procedimentos incompatíveis” que ele vinha procedendo desde quando foi nomeado juiz. Sabe-se que ele já estava respondendo a outros procedimentos por conduta inadequada e havia sido penalizado com uma censura, que é uma advertência relativamente grave.

É também, uma demonstração, de que a sensibilização necessária da estrutura judicial para o fenômeno da violência sexista, já surte efeitos, embora, haja um longo caminho a ser trilhado para que a justiça, realmente se perfectibilize para as mulheres.

Diante de tudo, não estranhamos que para este ex-juíz a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) é considerada inconstitucional e que furtava-se a aplicar a Lei, pois não aceitava julgar processos tendo ela como norma única. Além de não cumprir com sua obrigação enquanto magistrado ele escrevia e publicava artigos sobre suas posições. Chegou a defender que a Lei trata as mulheres com o olhar da vitimização e publicou num sitio de Direito que “Partir do pressuposto de que as mulheres são pessoas fragilizadas e vitimizadas, antes de protegê-las, implica fomentar uma visão machista. Não há em todo o texto constitucional uma só linha que autorize tratamento diferenciado a homens e mulheres na condição de partes processuais ou vítimas de crime”.

Quando juiz titular da 2ª Vara Criminal de Erechim, nunca aplicou a Lei Maria da Penha por considerá-la inconstitucional e violadora da igualdade entre homens e mulheres. Escrevia em suas sentenças que o “equívoco dessa lei foi pressupor uma condição de inferioridade da mulher, que não é a realidade da região Sul do Brasil, nem de todos os casos, seja onde for“, e que “perpetuar esse tipo de perspectiva é fomentar uma visão preconceituosa, que desconhece que as mulheres hoje são chefes de muitos lares e metade da força de trabalho do país“.

Ora, só uma justiça míope, pode pretender tratar desiguais como iguais, promovendo assim maiores injustiças. Fazendo valer suas convicções pessoais, e afastando uma norma legitimamente vigente, fez o ex-juiz as mulheres duplamente vitimas: quando vitimas da violência e ao isentar de responsabilização criminal os agressores.

Assim, identificamos que em diversas situações, o Ministério Público tem recorrido contra as sentenças de juízes em relação às medidas protetivas, haja vista que não são poucos os magistrados que se negam a reconhecer na Lei Maria da Penha sua legalidade e potencial de realização de justiça. Todos os recursos foram concedidos pelas Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Assim, passo a passo, o próprio direito vai afastando as pedras do caminho da justiça. O Sr. Marcelo Colombelli Mezzomo, ex-juiz, é uma pedra a menos, nesta longa jornada que temos para consolidar a justiça para as mulheres, efetivando-se para além da lei e sua forma abstrata.

É imprescindível considerar que a (descom)postura do Sr. Marcelo enquanto no exercício da magistratura, expôs o seu machismo pessoal e todo o seu preconceito contra as mulheres, valendo-se de forma irresponsável da distorção dos instrumentos e dispositivos legais. Já em julho de 2008 a Marcha Mundial das Mulheres repudiou os comentários do ex-juiz afirmando que este, reproduzia o machismo e o patriarcado existente nas estruturas de direito da sociedade. Passados 2 anos e 7 meses o próprio Sr. Marcelo corrobora nossa afirmativa assumindo-se como infrator potencialmente enquadrado pela Lei Maria da Penha. Dessa forma fica nítida e materializada a sua irresponsabilidade e improbidade cometidas no ato de emitir interpretação falsa e pessoalizada de tal legislação em detrimento da aplicação justa e igualitária do Direito.

Permanecem algumas questões. Quantas mulheres serão vítimas duplamente da violência sexista praticada em casa e nos tribunais? Quantos Colombellis utilizarão da deturpação da Justiça para sustentar a invisibilidade e os crimes cometidos contra as mulheres? Quantas Danielas levantarão a voz exigindo seus direitos? Quantas notas, textos, artigos os movimentos feministas terão de escrever reafirmando e combatendo as mesmas práticas, machismo, misoginia e sexismo? Até quando?

Ações do Movimento de Mulheres – A Marcha Mundial das Mulheres, em sua Ação 2010, definiu 4 eixos de intervenção sendo um deles é a violência contra as mulheres. E fala justamente desta violência naturalizada, que faz parte do cotidiano da maioria das mulheres brasileiras e em todos os países e precisa ter um fim. Mas de que forma as mulheres estão se organizando para isto? Dando visibilidade a todas as formas de violência e sua origem. Sabemos que a raiz está no machismo que trata todas as mulheres como objeto e se manifesta de diferentes formas na sociedade capitalista, discriminadora e misógina.

Sabemos que é senso comum que a violência tem sua maior expressão dentro de casa e os agressores estão entre as pessoas conhecidas da mulher, e mais que isso, compõem suas relações de afeto. Mas também sabemos que é violência sermos tratadas como mercadoria, como objetos de desejo dos homens.

Uma vitória foi obtida com a exoneração deste juiz e esperamos que outros juízes também tenham suas condutas avaliadas. A sociedade precisa assumir um compromisso com a tolerância, a paz, e com a igualdade substancial. Para isto cabe ao movimento de mulheres, dar cada vez mais visibilidade às lutas das mulheres contra a violência sexista, a partir da sensibilização das pessoas, através da pressão para que o Estado elabore e execute políticas públicas e o judiciário seja de fato uma instituição ética na qual depositamos nossa confiança e respeito.

Precisamos lutar contra a padronização e por mudanças culturais urgentes. As novas relações sociais serão construídas a partir destes paradigmas, rumo a um projeto global de transformação da vida das mulheres e da sociedade.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Bolo Com Café

Saio do blog para entrar na cozinha.Não,não estou abandonando este mundo virtual,apenas me deslocarei para outro departamento,das minhas qualidades.Pretendo fazer um bolo de chocolate,pois com este friozinho,um bolo,uma xícara de café,é tudo de bom.
Hoje é sábado,e isto convida a uma guloseima.E que se dane a glicose,que se dane tudo!Depois terei de compensar na atividade física,mas hoje é sábado,convidarei o meu moreno para ativar físicamente.

Egito Belo Agito



O Egito,que é um país africano,com cultura árabe,com uma população que cansou dos desmandos do ex-governante Mubarak,e conseguiu sua renúncia.O Egito é o maior país árabe, com quase 90 milhões de habitantes. Tem um parceria estratégica com os Estados Unidos. Realiza negócios com a União Europeia e com a China e Rússia.
A política do Cairo faz o jogo do governo sionista de Israel. Desde pelo menos os acordos de paz de Camp David de 1979, patrocinados por Jimmy Carter e assinados por Anwar El Sadat e Menachem Beguin – posteriormente prêmio Nobel da Paz.
Essa parceria estratégica tenta asfixiar – o grupo revolucionário Hamás, que controla a Faixa de Gaza, bem como aos 1,5 milhão de palestinos que vivem nisso que é considerada a maior prisão aberta do mundo. Quando Israel fecha as fronteiras de Gaza, o Egito também colabora para isso, fechando a fronteira na cidade de Rafah. Isso asfixia os palestinos, impede a entrada de materiais de construção, medicamentos e alimentos. Os preços disparam, pois entram por túneis clandestinos.
A pressão popular dos egípcios que derrubou o ditador,precisa forjar lideranças populares que não sejam submetidas aos militares,e nem fiquem a reboque dos EUA,é vital para a democracia no país,a formação de um governo de transição composto por amplos setores civis,que construam as bases para uma sociedade democrática,e com um governo independente e soberano que sirva aos interesses do povo egípcio.
Salve a luta dos povos,salve o povo egício.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Governo Tarso e o Magistério Gaúcho


O governador Tarso Genro assinou uma carta compromisso com os educadores gaúchos,através do sindicato Cpers,a partir do debate como todos os candidatos ao governo do estado,demonstrando sua intenção de diálogo e reconhecimento da justeza da luta dos educadores.
Alguns sinais positivos já foram dados pelo governador,por exemplo quando encaminhou pedido ao STF para a retirada do governo da ADIN contrária ao PSPN(Piso Salarial).
Apresento algumas preocupações:aumentar o prazo para o pagamento de RPVs,passar para 20 salários mínimos o cálculo para considerar como RPV os valores ganhos na justiça,hoje são 40 salário mínimos.
Algumas pessoas esperaram três anos para ter o valor da política salarial do governo Britto incorporado ao salário,e já aguardam por mais de dois anos pelo montante,e abriram mão de parte do valor para que ficasse abaixo de 40 salários mínimos,para receberem antes,pois senão iria para a fila dos precatórios,onde aguardariam por décadas.A notícia da possível alteração já causou pânico na categoria.
O plano de carreira do magistério deve ser respeitado,e só poderá sofrer alterações positivas para a categoria.
Não ocorrem promoções há muitos anos,a grande maioria está na classe A,apesar de cursos e especializações terem realizado.
Nossa profissão é vista como de segunda ou terceira classe,devido aos salários miseráveis,todos empregados ganham mais do que uma educadora.
A mal falada meritocracia representa um conceito liberal sobre a educação,onde os professores serão premiados pelo índice de aprovação de seus alunos,isto é prêmio por desempenho.Os educadores trabalham com o conhecimento,seus alunos não são peças de uma engrenagem concreta,são seres humanos.
A educação gaúcha está precisando de apoio,seus educadores,grande parcela de contratados,querem valorização salarial,hoje o salário de uma educadora com especialização é de R$ 713,26,na classe A.
Os alunos, são fruto de uma sociedade violenta,competitiva,com problemas que se refletem nas escolas,prejudicando sua aprendizagem e o trabalho dos educadores.
O governador Tarso teve grande apoio dos educadores gaúchos,que entendem a importância do desenvolvimento geral do estado,mas não suportarão mais sacrifícios e espera.
Valorizar a educação pública,gratuita,significa também valorizar os educadores,com melhores salários e boas condições de trabalho,o mais breve possível!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Comunista de Teoria e Prática




Preparar o caminho,é preparar os caminhantes.
Os comunistas palmilham o caminho para o socialismo.
É preciso organizar as idéias para estender os convites
aos que desejam um mundo com mais igualdade.

Convencer a si mesmo,para melhor convencer os outros.
"Ser comunista é uma opção quotidiana" já dizia nosso camarada.
Então prepare as ferramentas de luta,reforça tuas idéias,estuda.
Na frente de batalha tua leitura será um reforço para a prática.

Aos que lutam,a teoria como travesseiro.
Aos que estudam, a prática como prova da teoria.
Lutar,estudar e militar para transformar.
Consciência clara,idéias firmes,e segurança para debater.

Comunista bom é comunista com teoria e prática!

Autora: Solange Carvalho

sábado, 22 de janeiro de 2011

AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO

Reproduzo aqui o texto de Guiomar Vidor.

O AUMENTO REAL DO SALÁRIO MÍNIMO É QUESTÃO DE JUSTIÇA SOCIAL

O efeito cascata do reajuste nos salários dos Deputados Federais de 61,8%, repercutiu em quase todos os legislativos do país, conforme informações vinculadas pela imprensa nacional.

Infelizmente, o Congresso Nacional, na semana que antecedeu o natal, não teve a mesma sensibilidade para com os trabalhadores, negando um amento real para o salário mínimo nacional, fixando-o em R$ 540,00, determinando-lhe um reajuste de apenas, 5,88%, bem abaixo dos R$580,00 reivindicados pela CTB e demais centrais sindicais.

A permanecer este valor, veremos interrompido um ciclo de crescimento real do salário mínimo, colocado em prática no governo LULA, através de negociação com a representação dos trabalhadores.

São mais de 47 milhões de brasileiros que dependem direta ou indiretamente deste reajuste. Além de representar um ponto negativo para o encerramento do atual governo, estará na contramão da promessa de campanha do novo governo que se propôs a erradicar a pobreza no Brasil.

É papel das entidades de trabalhadores e dos partidos comprometidos com o aprofundamento das mudanças em nosso país, em particular os que fazem parte da base do governo Dilma, mobilizar a sociedade e pressionar a equipe econômica do novo governo, para que o valor do salário mínimo acompanhe o aumento real obtido no último período, elevando-o para os R$580,00 reivindicados pelas centrais sindicais. Desta forma estaremos contribuindo para distribuição de renda e a erradicação da pobreza no Brasil.

Guiomar Vidor-Presidente da CTB/RS e da FECOSUL.

ROUBO DO MEU CARRO


O meu carro não é um artigo de luxo,até porque sou professora,e ganho pouco.Uso meu veículo para ir de uma escola para outra,duas ou três,para lecionar,sobreviver.
O furto do meu carro,acabou com minhas férias,meus nervos e meu ânimo.Recebi apoio e solidariedade dos amigos e amigas,e depois de quinze dias meu carrinho velho foi encontrado,sem faróis,sem bancos,sem pneus e rodas,sem bateria,sem radiador,sem paralamas,parachoques,enfim,encontrei meu veículo depenado.Agora é remontar,se possível,ter mais dívida,e um dia quem sabe,poder comprar outro,e fazer o seguro.
Desculpem o desabafo,sinto que dividir a dor torna ela menor.

EDUCADORES GAÚCHOS E A LUTA POR SALÁRIOS MAIS DIGNOS



Sou uma educadora que luta por melhores salários e por uma educação pública,gratuita e de qualidade.Como militante política acredito que o novo governador gaúcho fará um mandato muito melhor do que a governante anterior.Algumas medidas iniciais já aumentam as expectativas positivas.Os salários miseráveis,o valor máximo não chega a R$ 800,00,a falta de concursos,a desmotivação dos alunos,as dificuldades sociais são fatores que dificultam exercer a nobre profissão de educar.
Uma sociedade que deseja avançar nos aspectos gerais que a compõem precisa respeitar os educadores,ponto de partida para uma educação de qualidade.Hoje,a maioria dos meus alunos do ensino médio que iniciam no mercado de trabalho,recebem salário maior do que eu,sua professora.Os cursos de licenciatura recebem poucos candidatos,pois representamos uma categoria sofrida,que trabalha demais,muitos estão adoecidos física e emocionalmente,e este reflexo não inspira nossos alunos para seguirem nossa profissão.
É preciso mudanças na educação,tenho algumas sugestões:
um aumento no índice de investimento na educação (10% do PIB),melhoria nas condições de trabalho,regulamentação da profissão,realização de concursos e nomeação dos concursados,para salas de aula e setores de apoio;data base para servidores públicos;
formação dos educadores e dos funcionários de escola;
implantação do PSPN (piso salarial).
Essas medidas adotadas já seriam uma aula de boa vontade com a educação pública.

domingo, 9 de janeiro de 2011

CORPO E SOMBRA

O quarto escuro,silêncio,
a luz entra pela janela,
passa por mim e desenha meu corpo,
o jogo das sombras na parede,alegra,
assusta,incentiva minha mente.

De repente o medo me assola,
as sombras ficam expostas,e
lembro daquelas que passeiam
nos meus pensamentos.

Não sou dona mais de mim,
quem me domina é o medo,
as sombras são maiores do que eu.
Elas me tomam,e eu nem as julgo mais.


Autora: Solange Carvalho