quarta-feira, 27 de julho de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Maria Teresa e Suas Histórias




Vocês que acompanham meu blog, já ouviram falar das histórias da professora Maria Teresa.Uma das mais hilariantes que ela me confidenciou aconteceu,no laboratório de informática em que ela trabalha.No começo do ano,ao receber as crianças do 1º ano,ela estava conversando,perguntando os nomes deles,um menino,com uma carinha de malandro,disse seu nome,e Maria Teresa,não entendeu,ele repetiu,e ela não entendia.Até que ele falou mais firme e então foi compreendido.Seu nome era Denver.Maria Teresa falou com seus botões,só que alto e ele ouviu: Ah,Denver,este é um nome de uma cidade ou estado dos EUA.O menino de pronto,reagiu:meu nome é Denver e eu sou de xxxx,nome do bairro.Na sequência,cada aluno e aluna que se apresentava dizia:meu nome é tal e eu sou de xxxxx,nome do bairro onde moram e também fica situada a escola.Maria Teresa,bem como a professora da turma,tiveram que conter seu riso.Mas a história,foi bem engraçada!

Yeda Perdeu na Justiça

Reproduzo aqui,matéria publicada por Marco Weissheimer em seu blog.



Justiça nega indenização a netos de Yeda Crusius por manifestação do CPERS
Jul 20th, 2011 by Marco Aurélio Weissheimer. 4 comentários
Em julgamento ocorrido nesta quarta-feira (20), os desembargadores da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul entenderam que a manifestação realizada pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS/Sindicato) em frente à casa da então governadora Yeda Crusius, no dia 16 de julho de 2009, foi lícita e não ofendeu a moral dos netos da ex-Governadora, que também residiam no local. A ação foi ajuizada pelos dois netos de Yeda Crusius, representados por sua mãe, Tarsila Crusius.

No 1º Grau, o Sindicato havia sido condenado ao pagamento de indenização de R$ 10 mil para cada um dos netos, em razão de excessos que teriam sido cometidos durante o protesto.

Para o relator do recurso, juiz Roberto Carvalho Fraga, a entidade não pode ser responsabilizada por uma situação que poderia muito bem ter sido evitada se não fosse a conduta da própria Governadora, com a conivência da mãe, responsável pelos menores, em optar pela exposição dos meninos, em face de um protesto que tinha um caráter de interesse público.

O magistrado observou ainda que “o local onde os autores da ação moravam era, também, onde residia a Governadora do Estado, caracterizando-se, portanto, imóvel público num sentido amplo, inclusive beneficiado por staff governamental oferecido pelo Estado”. Dessa forma, entendeu que não ocorreu invasão de privacidade ou intimidade dos meninos. Também considerou que não houve desvio do exercício do direito de reunião, já que a manifestação realizou-se defronte a imóvel público.

O juiz afirmou que também não houve impedimento à liberdade do direito de ir e vir, já que as crianças puderam se locomover até a escola, após a chegada da Brigada Militar. Quanto às alegações dos autores de formação de um corredor polonês em torno do veículo onde estavam os meninos, seguido de batidas nos vidros, entendeu que a ocorrência desses fatos não foi comprovada.

Dessa forma, o magistrado acolheu a apelação do CPERS, em voto que foi acompanhado pelas desembargadoras Iris Helena Medeiros Nogueira e Marilene Bonzanini. A Câmara negou o recurso dos autores, que buscavam responsabilização de Rejane Silva de Oliveira, presidente do Sindicado, e a majoração da indenização.

Na avaliação do CPERS/Sindicato, a mobilização foi pacífica e em defesa da educação de qualidade e contra as escolas de lata. O sindicato, na época, levou um contêiner para mostrar a precariedade do modelo de sala de aula que estaria sendo oferecido pelo governo do estado aos filhos dos trabalhadores. Para o sindicato, a vitória na Justiça “preserva a democracia e o direito à manifestação por parte de uma categoria que historicamente defende a educação pública”.

América my América

América Latina para além dos dados
Por Roberta Traspadini, no jornal Brasil de Fato:

Segundo a Cepal, somos 594 milhões de latinoamericanos. Em nosso fértil território com profundas possibilidades de inclusão e de pertença, vivem 183 milhões de pobres e 74 milhões de indigentes, fruto do histórico modo de produção capitalista.

Na divisão por idade somos compostos por uma maioria jovem: 27,3% (até 14 anos); 33,6% (15 a 34 anos), 19% (35 a 49), 11,8% (50 a 64 anos), e 8,3% com 65 anos para cima.

Temos uma população economicamente ativa (PEA) de quase 277 milhões, dos quais 164 milhões são homens e 113 são mulheres.

Nos últimos anos, aumentou no continente o emprego formal (51%), frente à queda no índice de desemprego (em 2000 era de 10,4%, em 2010 caiu para 7,6%).

Com uma população urbana de 79,3%, uma taxa de analfabetismo de 8,3% na população acima de 15 anos, e uma taxa de fecundidade de 2,3 filhos por casa ao longo dos anos 2000, a América Latina, vai traçando hoje o que será a ordem do dia da produção de vida de amanhã.

1. Questão social e educação

Na questão social da educação, dois dados merecem atenção.

1) os 20% mais ricos se apropriam 19,3 vezes a mais da riqueza e da renda no continente, em comparação aos 20% mais pobres.

2) dos jovens entre 25 a 29 anos, apenas 8,3% concluíram o terceiro grau. Na comparação entre jovens ricos e pobres, apenas um jovem pobre consegue concluir o 3º grau, em comparação a 27 jovens de melhor poder aquisitivo que terminam.

A situação das jovens mulheres latinoamericanas de 15 a 29 anos, é ainda mais complexa. Enquanto 80% das jovens com maior renda participam do mercado de trabalho formal no continente, menos de 50% das jovens pobres conseguem estabelecer vínculos formais.

O gasto público com educação é de 5% do PIB e o total de estudantes públicos na região é de 91 milhões no ensino fundamental e médio, em contraposição a 19 milhões em escolas particulares.

2. O que os dados não mostram

Os resultados do período neoliberal são catastróficos. A aparente melhoria de vida encobre a essência do endividamento e da nova forma do capital apostar nos seus ganhos sem fronteiras, utilizando para isto as políticas públicas para revigorar seus ganhos.

A corrida do grande capital tem gerado uma forma de fazer política cujo conteúdo histórico segue o mesmo: a apropriação privada da riqueza e da renda advinda da exploração do trabalho em solo latinoamericano.

Por um lado, os trabalhadores são induzidos a uma nova lógica de consumo e, para produzirem sua sobrevivência com base numa gama de necessidades técnico-científicas oriundas da produção dos países centrais, entram no caminho sem volta do endividamento pessoal.

Por outro lado, o capital industrial dá passo atrás e retoma a histórica participação latina de produtora de bens primários para abastecer os países centrais.

Os latinoamericanos transformam-se assim, desde a infância, em consumidores dos atuais bens vendidos como de primeira necessidade – celulares, computadores, vários mps, entre outros. Para isto, precisam ser primeiro consumidores de crédito para depois adquirir tais bens.

O endividamento familiar torna-se peça chave da inclusão nessa sociedade na qual os latinos trabalham, mas que não os permite consumir o básico necessário com o salário que ganham.

A educação precária torna-se regra da operação do capital no continente, tanto no que tange à remuneração e contratação dos professores, quanto ao conteúdo das disciplinas formais lecionadas.

A educação formal para o consumo e não necessariamente o trabalho formal, empobrece a compreensão de totalidade da jovem futura classe trabalhadora e reforça o palco fértil para a consolidação da alienação como requisito básico de venda de bens importantes mas não necessariamente vitais.

Nessa linha, o desenvolvimento como sinônimo de consumo, modernidade e tecnologia ganha mais força do que nunca e entra na mentalidade da classe que vive do trabalho como algo natural em vez de construído historicamente.

O cenário latinoamericano necessita de políticas públicas de Estado que promovam mudanças substantivas no que diz respeito à tomada do poder e da orientação sobre a prioridade do pacto social no continente, com primazia para a centralidade do trabalho e da educação.

Além disto, requer que a política de integração crie condições para que a prioridade dos sujeitos coloque limites à soberania dos mercados liderados pelo capital (inter)nacional. A integração dos povos necessita modificar o histórico caminho no continente em que desenvolvimento e dependência aparecem como constitutivos do sentido do trabalho alienado.

Necessitamos com urgência de uma política de Estado de transição que coloque na trilha as modificações estruturais que reorientem o sentido do trabalho, da socialização da produção, da riqueza e da renda no território. Caso contrário, a melhoria dos dados permanecerá como sinônimo de uma conta maior a ser paga pelo trabalho.

UNE SOMOS NÓS,NOSSA FORÇA E NOSSA VOZ


Daniel Iliescu, novo presidente da UNE
Estudante de sociologia, novo presidente da UNE quer ser professor e espera ver o fim do analfabetismo


O carioca Daniel Iliescu, 26 anos, torcedor do Flamengo e aluno de ciências sociais da UFRJ, foi eleito em Goiânia ao final de um processo que envolveu mais de 1,5 milhão de estudantes


A União Nacional dos Estudantes (UNE) finalizou o maior Congresso de sua história neste domingo (17), elegendo o jovem Daniel Iliescu, do Rio de Janeiro, como seu novo presidente. Oito mil estudantes de todo o Brasil participaram do Congresso em Goiânia, que em sua etapa preparatória nos estados reuniu os votos de mais de 1,5 milhão de alunos de universidades públicas e particulares. Houve, no total, votação em 97% das universidades de todo o país. O encontro marcou um novo recorde de participação dos jovens neste que é o maior e mais importante fórum do movimento estudantil brasileiro.


A chapa de Daniel Iliescu, "Movimento estudantil unificado para as mudanças do Brasil", foi eleita com 2,369 mil votos, o que representa 75,4% dos votos dos 3.138 delegados credenciados que votaram no 52º Congresso. Concorreram também as chapas, "Oposição de Esquerda" (18,5% - 581 votos), "MUDE - Movimento UNE democrático" (5,8% 183 votos) e "Por uma nova UNE" (0,1% - 5 votos).


A partir de agora, Iliescu ocupará o mesmo cargo que já foi de importantes nomes da vida pública brasileira como José Serra (ex-governador de São Paulo), Orlando Silva (ministro dos Esportes), Aldo Rebelo (deputado federal) e Lindbergh Farias (senador).


Flamengo, sociologia e smartphone


Quem se depara com o novo presidente da UNE em uma roda informal de bate papo ou na tranquilidade carioca de um chopp para o happy hour, não encontra ali discursos insuflados ou debates calorosos de ideias. De natureza calma, óculos no rosto e sorriso leve, o estudante Daniel Iliescu, de 26 anos, é do tipo que prefere sempre ouvir antes de falar, e faz questão de que todos falem.


Estudante de Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está encerrando o bacharelado –onde desenvolveu gosto pela pesquisa e foi bolsista– para iniciar a licenciatura, preparando-se para ser professor. Entre seus grandes sonhos, está o de trabalhar nas salas de aula do país: "Espero ver o fim do analfabetismo no Brasil em breve, se todos se empenharem", afirma. Nascido na capital carioca e criado em Petrópolis, é filho de uma mãe psicóloga e um pai engenheiro que, apesar de suas formações, decidiram também virar professores.


O jeito afável e manso, no entanto, não é o mesmo quando tira os óculos e pega o microfone, liderando os estudantes nas ruas, em protestos e lutas difíceis do movimento estudantil. Foi o lado enérgico e capaz de contagiar milhares de jovens que levaram Daniel Iliescu, enquanto foi presidente da União dos Estudantes do Rio de Janeiro, a conquistar vitórias históricas no estado como a aprovação do meio passe nos transportes para estudantes do Prouni e cotistas de universidades da capital.


A energia também é muito bem gasta no Maracanã ou em frente à TV assistindo aos jogos do Flamengo, por quem se permite ser alienavelmente apaixonado. Filiado ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) e defensor do projeto de transformação social iniciado pelo governo Lula, Daniel confessa que não ergue o ex-presidente ao pedestal de maior ídolo da sua vida: "Se eu colocar o Lula lá, qual lugar vai sobrar para o Zico?", brinca.


Quando volta a falar sério, diz que espera incluir o Flamengo e outros grandes times do país em uma campanha pela educação brasileira: "Quero convidar o Ronaldinho Gaúcho e outros grandes jogadores camisa 10 a utilizarem o número de suas camisas em uma campanha pelo investimento de 10% do PIB em educação, para melhorar as escolas e pagar melhor os professores do país". A UNE critica a proposta do governo Dilma Rousseff, no projeto do Plano Nacional de Educação, de investir somente 7% do PIB nesse setor até 2020. Atualmente os investimentos são de cerca de 5%. Iliescu defende um grande pacto pela educação nacional, que seja maior do que as divergências entre os partidos e grupos políticos, reunindo estudantes e outros setores da sociedade.


Unindo o lado sociólogo ao lado militante, Iliescu teoriza sobre o modelo histórico de exploração das riquezas naturais no país, para defender também o projeto que destina 50% do fundo social do Pré-Sal somente para a educação. Seria uma forma de transformar um recurso não renovável em benefício social direto, como não foi feito durante os ciclos do pau-brasil, do ouro ou do café.


Daniel não se enquadra nem ao estereótipo do estudante bicho-grilo – apesar de confessar um passado de dread locks no cabelo – nem de moderninho – apesar de se lembrar que a cabeça também já foi pintada de azul. Fã de samba e de rock progressivo, de mochila nas costas e tênis batidos, acompanha as últimas notícias pelo smartphone, um Motorola Atrix, de onde acessa o Twitter e o Facebook, sempre postando ou repassando alguma coisa. Monitora os blogs de política pela internet, mas afirma que não abre mão também dos jornais de papel: "Leio a Folha de S. Paulo e o Globo todos os dias".


O novo presidente da UNE se diz satisfeito com a recente onda de marchas e movimentos independentes, muitas vezes iniciados na internet, que têm ocupado as ruas do país. Iliescu espera, em sua gestão, melhorar a participação da UNE na rede digital e ampliar os temas em discussão dentro da entidade, como por exemplo a questão das drogas. Pessoalmente, se diz contra a política proibicionista do estado e defende que o debate a favor e contra a legalização da maconha também tenha espaço, democraticamente, dentro do movimento estudantil.


Durante os próximos dois anos, Daniel Iliescu será o representante dos milhões de universitários brasileiros, sustentando seus direitos e amplificando seus anseios. Sabe que a agenda é grande e os compromissos são muitos. Já chega a admitir que terá um pouco menos de tempo para a namorada Bianca, de quem está sempre junto, mas não se preocupa: "De dia, estarei estudando ou militando pela UNE. De noite, seja em casa ou na balada, estarei sempre do lado dela", promete o presidente, que sonha em casar e ter filhos.

Socorro à Grécia: bancos ficam com pedaço do mico | Conversa Afiada

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Terra,Planeta Água

Em defesa da água como um bem público
21/07/2011 – 09h00
Em caso de privatização, contas de água podem subir, alerta organização

no UOL

por sugestão do Roberto Monico Junior

SÃO PAULO – Consumidor poderá ter que enfrentar contas de água mais caras, caso setor seja privatizado. Essa foi a avaliação das organizações sociais que participaram, na última quarta-feira (20), de seminário que discutiu ideias sobre como a população pode se organizar para impedir a venda das empresas.

A elevação dos custos aconteceria pela própria lógica do sistema privado, que adota um modelo de reajuste estabelecido em preços internacionais. De acordo com a Agência Brasil, representantes das organizações já preveem um aumento imediato nos preços, além de uma diminuição dos investimentos no setor.

Distribuição de água

Segundo representantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), 90% da rede de distribuição de água no País são controlados por empresas públicas, com uma cobertura que chega a quase 100% das grandes e médias cidades.

Um dos diretores do movimento, Gilberto Cervinski, lembrou que, no município de Santa Gertrudes, em São Paulo, onde o sistema foi privatizado em 2010, os preços das contas de água praticamente triplicaram em seis meses.

Fora da lei

Os participantes do seminário também denunciaram práticas corruptas em alguns estados do País. A exemplo de Rondônia onde, segundo representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Água e Energia, empresários assediam vereadores.

A entidade também denuncia que em municípios do estado as prefeituras têm, inclusive, desconsiderado processos legais como a licitação para a concessão do sistema de abastecimento, como ocorreu em Ariquemes. Contrários à privatização, os sindicalistas avaliam que as empresas privadas investirão menos na ampliação da rede e, principalmente, em saneamento.

América Latina

O doutorando da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Juscelino Eudâmidas, afirmou que, segundo pesquisas internacionais, até 2015 cerca de 60% da capacidade de abastecimento da América Latina estará privatizada. Eudâmidas ainda ressalta que, nos países ricos, onde a ideia da privatização surgiu, os governos estão voltando atrás.

Na França, por exemplo, onde surgiram as primeiras experiências de concessão do sistema de distribuição de água, o governo está reestatizando os serviços. Os principais motivos foram que a qualidade do serviço e da água caíram, os preços subiram exorbitantemente e o serviço não foi universalizado.

DF Sem Analfabetismo

DF: território livre do analfabetismo

Por Beto Almeida

O governador Agnelo Queiroz assumiu o corajoso compromisso de erradicar o analfabetismo na Capital da República e no Distrito Federal (DF) até 2014. Este compromisso deve ser apoiado por todos os brasileiros - não apenas pelos moradores do DF -, por todas as forças progressistas, movimentos sociais, intelectuais, movimento estudantil, pois trata-se, simbolicamente, de uma atitude que revela claramente o potencial de que o Brasil, com todos os seus recursos, tem seguramente todas as condições para ver-se livre desta mazela social.



Agnelo está também enviando, como este compromisso, uma mensagem de otimismo, de convocação à luta, de chamado para as transformações sociais, indicando claramente que o Brasil Sem Miséria tem que ser também um Brasil livre da miséria do analfabetismo, da ignorância, da incultura. É como se dissesse: um país com as imensas riquezas que possui, do petróleo ao nióbio, sendo uma das maiores economias do planeta, não tem o direito de conviver com uma herança tão opressiva e desumana que afeta, sobretudo, as camadas mais pobres dos brasileiros, no DF e em todo o território nacional!

América Latina está derrotando o analfabetismo!

A guerra contra o analfabetismo na América Latina sempre esteve vinculada à luta revolucionária, aos programas de governos populares, a governantes antiimperialistas e de esquerda. Agnello está indicando que estão presentes as condições para que o Brasil dê um salto político. Deste modo, está chamando a superar a simples prática e uma administração rotineira, convencional e sem audácia, trazendo para os partidos progressistas o desafio de se colocar à altura das reais possibilidades de transformações sociais que o Brasil possui agora depois de dois governos Lula e após a eleição da presidenta Dilma, derrotando as forças conservadoras, que jamais se levantaram contra o analfabetismo, como também jamais se propuseram a transformar a sociedade.

Vale lembrar que o próprio Plano Estratégico para o Brasil, lançado durante o governo Lula, previa apenas para 2022 a superação do analfabetismo, o que é uma prova de timidez e de falta de prioridade política imensas, se observarmos que vários países muito mais pobres que o Brasil estão conseguindo derrotar o analfabetismo na América Latina. O problema está claramente localizado na esfera das decisões políticas.

Exemplo: como dói a substituição do Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães pelo ex-governador Moreira Franco para comandar a Secretária de Assuntos Estratégicos! Colocar como ministro desta pasta um homem que destruiu os CIEPs no Rio de Janeiro, única vez que um governo estadual dedicou 50 por cento de seu orçamento para a educação, é lançar dúvidas sobre um verdadeiro e sincero combate ao analfabetismo.

A atitude de Agnelo Queiroz, na prática, é um chamado às forças progressistas a se mexerem mais além da luta institucional ou parlamentar. Em todos os países que derrotaram o analfabetismo na América Latina a mobilização popular é uma condição indispensável. Assim foi em Cuba, onde o analfabetismo foi extinto há 50 anos!!. Assim foi na Nicarágua Sandinista, quando a Cruzada Nacional da Alfabetização, que contou com a participação ativa de professores cubanos, levou à suspensão das aulas nas universidades por seis meses, período em que os estudantes universitários subiram as montanhas e foram para o campo para alfabetizar os camponeses, numa generosa demonstração de maturidade revolucionária e de entrega, que só os processos revolucionários alcançam, porque elevam as relações humanas, vencem o individualismo, promovem a consciência de que o progresso cultural de um povo ~e tarefa de todos, tarefa coletiva!

Tiririca: alfabetizado com o método cubano

A Venezuela Bolivariana também já é Território Livre do Analfabetismo, com reconhecimento da UNESCO, devendo sua conquista também à generosa ajuda de Cuba com o seu método de alfabetização “Yo si puedo”, que permite aprender a ler e escrever em um prazo de 45 dias em média. Aliás, conforme revelou Frei Betto em Conferência sobre Cuba Hoje, transmitida pela TV Cidade Livre de Brasília, foi com o método cubano que o Deputado Tiririca aprendeu a ler e escrever rapidamente para fazer frente às exigências elitistas e arrogantes da Justiça Eleitoral que não queria dar-lhe o diploma parlamentar a que faz jus em razão de milhares de votos recebidos, em sua maior parte das camadas mais oprimidas do Estado de São Paulo, sobretudo os trabalhadores nordestinos da construção civil, a quem ele apresentou uma série de propostas corretas e necessárias, escondidas maliciosamente pela mídia.

Uma vez mais, foi Cuba, com sua contribuição humanista em escala internacional, que demonstrou, neste episódio do Tiririca, que quando há vontade política, os instrumentos estão disponíveis e podem ser utilizados pelos mais inesperados setores sociais com vistas a elevar sua condição de cidadania. A conclusão é clara: o programa Brasil Sem Miséria, justo e necessário, não deve limitar-se à alimentação e formação profissional dos mais miseráveis. Aos animais é que se oferece apenas alimento, aos seres humanos é preciso oferecer também cultura, educação, livros, produtos culturais etc

Prioridade política ou planejamento conservador?

Se a Bolívia de Evo Morales também já é, segundo a UNESCO, Território Livre de Analfabetismo, as condições para que o Distrito Federal (muito melhor equipado e estruturado), mas também o Brasil alcance tal conquista estão totalmente presentes. É paradoxal que o Brasil seja um dos maiores consumidores de automóveis e de telefones celulares do mundo, que São Paulo tenha a segunda maior frota de helicópteros do mundo, e ainda existam milhões e milhões de analfabetos!

A solução deste dilema está no plano da política. Agnelo está fazendo uma convocatória decisiva, urgente, inadiável! Não há nenhuma razão para que a erradicação do analfabetismo não tenha sequer metas concretas, apesar de oito anos de governo Lula, de vários governos estaduais progressistas que tivemos neste período, mas, ainda assim, sem que o fim do analfabetismo tenha sido encarado com tarefa prioritária, central, realizável.

Basta lembrar que o Evo Morales, em criança, quando seus pais trabalhavam como canavieiros no norte da Argentina, foi considerado inepto para o letramento. Hoje, não apenas ele é o presidente da Bolívia, como nossos irmãos bolivianos, uma das economias mais pobres da América do Sul, já estão livres da praga do analfabetismo! Se um país como o Brasil que conseguiu recuperar a indústria naval, destruída pela privataria tucana, como não poderia superar definitivamente o analfabetismo?

Sobretudo sendo o Brasil a pátria de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Paulo Freire???. É porque tem faltado vontade política e Agnelo, com o compromisso que assumiu publicamente, está demonstrando que é preciso uma nova arrancada política e que Brasília não quer apenas ser a sede da Abertura da Copa do Mundo em 2014, construindo o estádio, mas também tem que mandar ao mundo a mensagem de que erradicou o analfabetismo.

Alfabetização é uma luta política

O governo Agnelo credencia-se a convocar todas as forças progressistas, não aquelas que o apoiaram eleitoralmente, para que seja realizado um verdadeiro Mutirão contra o Analfabetismo. O movimento estudantil, a CUT, o Sindicato dos Professores, as Universidades, todos devem ser convocados e incorporados nesta luta por meio da realização de uma Conferência Popular contra o Analfabetismo no DF, na qual sejam planejadas todas as iniciativas possíveis e necessárias, entre elas a mobilização política, pois derrotar o analfabetismo não é uma tarefa apenas técnica, é de cunho político e transformador. É preciso discutir e planejar tendo presente as experiências do passado, entre elas a do Rio Grande do Sul , que, quando governado por Leonel Brizola, conseguiu erradicar praticamente o analfabetismo no início dos anos 60. É preciso organizar acordos com o governo de Cuba para que seus especialistas possam participar deste Mutirão.

O uso revolucionário do rádio

É fundamental que haja a consciência sobre o uso da Rádio Cultura-FM, uma ferramenta que pode cumprir um papel indispensável nesta empreitada, ao contrário de ser apenas uma caixinha de música como vinha sendo na triste Era Arruda, quando só as bandas de rock apoiadas por esquemas milionários da indústria cultural imperial tinham vez, ao passo que sua direção, naquela época, discriminava a música popular brasileira, o samba, a música de raiz, inclusive os artistas negros, numa orientação claramente racista.

É um verdadeiro desperdício de recursos não ter a Rádio Cultura atuando nesta e outras causas da elevação cultural do povo candango. Aliás, vale lembrar que pedagogos cubanos desenvolveram um método para a alfabetização em dialeto creole do povo haitiano, por meio das ondas do rádio, a partir de Cuba. Temos que abrir espaços à criatividade, ao desenvolvimento de novas experiências, políticas e educativas. E a base para isto é o compromisso assumido pelo governador Agnelo Queiroz, que indica um compromisso de luta!

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Altamiro Borges: Governador do DEM massacra professores: "Por Elaine Tavares, no blog Palavras Insurgentes : A cena apareceu, épica. Uma mulher, já de certa idade, rosto vincado, roupas simples, a..."